Eduardo Riedel: duplicação de rodovias a Sidrolândia e a Aquidauana são metas e equilíbrio fiscal é superado
08/12/2025
(Foto: Reprodução) Governador Eduardo Riedel fala sobre equilíbrio fiscal e obras em rodovias estratégicas
O governador Eduardo Riedel (PP) foi entrevistado, nesta segunda-feira (9), no "Papo das 7", quadro de entrevistas do telejornal "Bom Dia MS". Ele destacou os principais avanços e desafios na infraestrutura rodoviária de Mato Grosso do Sul. Assista à entrevista na íntegra acima.
Segundo Riedel, 2026 marca um ciclo de modernização com grandes concessões, expansão da malha pavimentada e início de obras fundamentais para atender o crescimento do setor produtivo. O governador confirmou que o contrato da concessão de mais de 870 km da Rota da Celulose será assinado em janeiro, após atrasos provocados pela desclassificação da empresa vencedora do segundo leilão.
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Duplicações de rodovias importantes para MS
Assim que assinado, a concessionária assume imediatamente a operação das vias, iniciando sinalização, reparos emergenciais e melhorias de pavimento. As obras estruturantes — como duplicações, terceiras faixas e implantação de praças de pedágio no modelo free flow — começam ainda em 2026.
O cronograma prevê que 70% das obras sejam concluídas entre 8 e 9 anos.
“Isso é muito importante. Elas estão concentradas no início do projeto e isso vai dar ao Mato Grosso do Sul também uma outra estrutura.”, afirmou o governador. Duplicações consideradas essenciais ainda não atendem todas as demandas
Embora as novas concessões somem mais de 1.700 km de rodovias sob operação privada nos próximos anos, Riedel reconhece que o volume ainda não atende todo o potencial de crescimento do Estado.
Segundo ele, duplicar a BR-060 (Campo Grande–Sidrolândia) e a BR-262 (Campo Grande–Aquidauana) é “absolutamente essencial” para acompanhar o avanço econômico. O governo federal deve licitar a hidrovia do Paraguai e a ferrovia Malha Oeste em 2026, ampliando alternativas logísticas.
BR-262: Edital para projeto já está em preparação. Em 2026, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) deve lançar edital com estudo de viabilização da obra.
BR-060: Edital de estudo de viabilização da obra já está em aplicação. Próxima fase é escolher via licitação as empreiteiras que vão realizar a obras.
MS-040: manutenção até a concessão e obra já licitada
Alvo frequente de reclamações de motoristas, a MS-040 seguirá sob responsabilidade do governo até a assinatura da concessão, também prevista para janeiro. O estado, segundo Riedel, mantém equipes de manutenção para garantir trafegabilidade mínima.
“A partir de janeiro, a concessionária assume e traz um novo patamar de investimento, inclusive na conectividade onde ainda existe um longo trecho sem sinal”, informou.
Além disso, a pavimentação do trecho entre Santa Rita e Brasilândia já foi licitada, abrindo um novo corredor de acesso ao Estado de São Paulo.
Eixos rodoviários avançam para atender megaempreendimentos
O governador também detalhou obras que atendem os grandes projetos industriais em andamento:
Arauco (Inocência): obras em ritmo acelerado; mais de R$ 25 bilhões já aplicados no trecho entre Água Clara e Inocência.
Bracell (Bataguaçu): licença de instalação emitida; obras devem começar no início de 2026.
Pavimentação e melhorias nas MS-320 e MS-377 complementam os acessos industriais.
Somados, os investimentos privados chegam a cerca de R$ 47 bilhões. Riedel ressaltou que o Estado segue ampliando trechos pavimentados em regiões que antes não tinham acesso adequado, reforçando o plano de garantir rotas alternativas de escoamento.
“Rodovias, ferrovias e hidrovias formam o eixo de desenvolvimento. O trabalho é contínuo”, disse.
Capacitação de mão de obra acompanha expansão logística
Com a chegada de novos empreendimentos, o governador afirmou que o Estado intensificou a qualificação profissional em parceria com o Sistema S e as escolas estaduais. Cerca de metade dos alunos do ensino médio já participa de cursos profissionalizantes.
"A gente tem conseguido fazer com que essa demanda, esse crescimento, essa prosperidade, encontre pessoas qualificadas", disse.
Atual situação financeira do Estado
Segundo o Governador, o Estado atravessou 2025 com foco em manter o equilíbrio fiscal, mesmo diante da queda na arrecadação do ICMS do gás — apontada como o principal fator do desequilíbrio momentâneo nas contas públicas.
Segundo ele, garantir a saúde financeira do Estado é condição fundamental para sustentar políticas sociais, investimentos e a capacidade de resposta às demandas da população. Por isso, a gestão adotou um processo rigoroso de revisão das despesas ao longo do ano.
Em agosto, foi decretado redução dos gastos para revisar os contratos vigentes, com o objetivo de reduzir 25% dos valores contratados. Assim, foram reduzidas despesas como pagamento de diárias, passagens, participações de servidores em eventos e seminários, além de horas extras.
Despesas como a compra de novos veículos, mobiliários equipamentos e outros bens considerados permanentes também devem ser evitadas, segundo o decreto.
O governador explicou que o governo precisou ser “mais rígido, firme e criterioso”, evitando liberar gastos que não fossem essenciais. “Muitas vezes as pessoas reclamam, mas se não é essencial, não vai ter”, afirmou. As medidas de contenção, segundo ele, surtiram efeito e permitiram ao Estado recuperar parte da estabilidade perdida com a queda na arrecadação.
Apesar do impacto do ICMS do gás, o governador destacou que Mato Grosso do Sul segue entre os estados que mais crescem no país, o que ajuda a compensar perdas por meio do aumento da atividade econômica — e não pelo aumento de impostos.
Com os ajustes realizados, o governo prevê encerrar o ano com as finanças equilibradas. Para 2026, a expectativa é de uma evolução ainda maior na receita estadual. “Temos feito um trabalho muito forte na qualidade do gasto e isso tem garantido resultado”, afirmou.
Governador ainda falou sobre:
Feminicídios
Leilão de serviços do HR
Fábrica de fertilizantes em Três Lagoas
1. O governador afirmou que o aumento dos feminicídios em Mato Grosso do Sul — 37 casos em 2025, um a mais que no ano anterior — é “inadmissível” e reforçou que o Estado não mascara dados, classificando corretamente cada caso para entender onde estão os problemas. Ele destacou que o enfrentamento à violência contra a mulher exige ações integradas entre Executivo, Judiciário, Ministério Público e rede de proteção, além de medidas educacionais.
Entre as iniciativas já adotadas estão a ampliação das salas lilás nas delegacias, o fortalecimento da Casa da Mulher Brasileira, o acolhimento seguro para mulheres ameaçadas e o treinamento de mais de 80 policiais para agilizar medidas protetivas fora do horário de expediente.
Mesmo com avanços, o governador reconheceu que ainda há muito a fazer. Ele afirmou que algumas estruturas funcionam bem, enquanto outras precisam melhorar, especialmente na comunicação entre as instituições. Segundo ele, o combate à violência de gênero é um processo contínuo, que exige postura firme dos agentes públicos e trabalho constante nas escolas para formar uma cultura de respeito. “Não tem um clique e agora está pronto. É o dia a dia, a liderança trabalhando para a gente mudar esse conceito”, reforçou.
2. O governo também anunciou uma mudança estrutural no modelo de gestão do Hospital Regional, com expectativa de ampliar a capacidade de atendimento e melhorar a qualidade dos serviços prestados à população. Segundo o governador, a reformulação começa após o leilão realizado na Bolsa de Valores na semana passada, que definiu um parceiro privado para assumir parte das operações do hospital.
O novo modelo prevê que a empresa vencedora gerencie áreas como recepção, hotelaria, jardinagem, alimentação e outros serviços internos. Além disso, o projeto inclui a construção de um novo prédio, que ampliará a estrutura de 362 para 577 leitos — um aumento considerado expressivo pelo governo.
A operação do grupo privado deve começar já nos próximos seis meses no prédio atual. As obras do novo edifício devem ter início em nove meses, com previsão de 18 meses para conclusão da primeira fase. Após isso, será iniciada a restauração completa do prédio antigo.
No total, o cronograma do projeto ultrapassa três anos e, segundo o governador, deve resultar em maior eficiência e melhor atendimento ao cidadão que depende do Hospital Regional.
3. O governador também comentou o novo adiamento relacionado à Unidade de Fertilizantes Nitrogenados 3 (UFN-3), em Três Lagoas e reconheceu que sempre existe a expectativa de que o processo avance com mais rapidez. Segundo ele, apesar da demora, houve conquistas importantes ao longo do tempo, como a inclusão do setor de fertilizantes no plano estratégico da Petrobras e a garantia de que a estatal manteria a estrutura da fábrica preservada, evitando que a obra se deteriorasse.
Ele afirmou ainda que a Petrobras lançou todo o programa referente ao projeto e tem assegurado que a UFN3 permanece no portfólio de investimentos da empresa. A expectativa do governo é que, no próximo ano, sejam realizadas as licitações necessárias para garantir a continuidade e, finalmente, a conclusão da unidade, permitindo sua entrada em operação.
Eduardo Riedel foi entrevistado no Papo das 7, do Bom Dia MS.
TV Morena/Reprodução
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