Operação Tromper: Justiça autoriza retirada de tornozeleira de ex-vereador Claudinho Serra em MS
19/12/2025
(Foto: Reprodução) Vereador de Campo Grande, Claudinho Serra
Divulgação
A Justiça de Mato Grosso do Sul autorizou a retirada da tornozeleira eletrônica do ex-vereador de Campo Grande Claudinho Serra (PSDB) e de outros dois investigados no processo que apura crimes como corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa e fraudes à Lei de Licitações.
A decisão foi assinada pela Vara Criminal de Sidrolândia e faz parte da revisão das medidas cautelares impostas aos réus no âmbito das investigações. Além de Claudinho Serra, também tiveram o monitoramento eletrônico revogado Cleiton Nonato Correia e Carmo Name Júnior.
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Segundo o juiz, a tornozeleira já vinha sendo usada há um longo período e não há registros recentes de descumprimento das medidas nem indícios de risco de fuga que justificassem a manutenção da vigilância eletrônica.
Apesar disso, os investigados seguem obrigados a cumprir outras restrições, como o comparecimento mensal à Justiça, a proibição de frequentar bares e a vedação de contato com testemunhas do processo.
Ajustes em medidas cautelares
A decisão também analisou pedidos feitos pelos réus para flexibilizar algumas restrições, principalmente por motivos profissionais e pessoais.
No caso de Cleiton Nonato Correia, a Justiça autorizou a ampliação do horário de recolhimento domiciliar noturno até as 22h30. O pedido foi aceito para garantir que ele possa participar de cultos religiosos, respeitando o direito à liberdade de crença.
Já Claudinho Serra foi autorizado a se deslocar durante o dia até sua fazenda, localizada em Anastácio (MS).
Cleiton também recebeu autorização para viajar a São Gabriel do Oeste (MS), onde acompanha obras de pavimentação. Em ambos os casos, no entanto, ficou proibido o pernoite fora da comarca de Campo Grande.
🔎 Entenda a Operação Tromper
Quarta fase da Operação Tromper
A 1ª fase da Operação Tromper foi deflagrada em maio de 2023 para investigar um esquema de corrupção em Sidrolândia (MS). A apuração revelou uma suposta rede de:
Peculato (desvio de dinheiro público)
Falsidade ideológica
Fraude em licitações
Associação criminosa
Sonegação fiscal
Já a 2ª fase, em julho de 2023, resultou em quatro prisões e cinco mandados de busca e apreensão. De acordo com o MPMS, foi identificado um acordo entre empresas e agentes públicos para fraudar licitações e desviar recursos públicos, com pagamento de propina em troca de informações privilegiadas da administração.
Em março de 2024, Claudinho Serra foi preso, mas no mês seguinte, em abril, foi solto e passou a cumprir medidas cautelares. Porém, em junho de 2025, ele foi preso novamente, com o argumento de que haviam surgido novas provas que indicavam sua continuidade no esquema criminoso, segundo o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
Durante as investigações, o MPMS apontou que os contratos suspeitos chegaram a envolver cerca de R$ 20 milhões.
Claudinho foi diretor-presidente da Fundação Municipal de Esportes (Funesp) de Campo Grande entre abril e dezembro de 2021. Depois, assumiu a Secretaria Municipal de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia. Ele é genro da ex-prefeita de Sidrolândia, Vanda Camilo (PP).
Segundo o MPMS, o nome da operação, Tromper, vem do francês e significa "enganar".
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