Pastor que prometia milagres é condenado por estelionato após enganar fiel em MS
09/12/2025
(Foto: Reprodução) Pastor David Tonelli Mainarte.
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O pastor David Tonelli Mainarte foi condenado por estelionato em Dourados (MS). Segundo a Justiça, ele prometeu curar cicatrizes de uma fiel por meio de orações e recebeu R$ 1.680. Além disso, a vítima pagou hospedagem e deslocamento do pastor de São Paulo até Campo Grande, somando cerca de R$ 4 mil. A 1ª Vara Criminal de Dourados concluiu que tudo não passou de uma farsa.
Segundo as informações, a fiel conheceu o pastor em 2016, pelo YouTube. Nos vídeos, David dizia ter o dom de curar em nome de Deus. Ele afirmava que conseguia fazer dentes crescerem, reconstruir seios sem cirurgia, devolver a visão a cegos, fazer paralíticos andarem e apagar cicatrizes.
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Em depoimento, a vítima contou que buscou os “milagres” para superar o trauma das cicatrizes de queimadura na perna. O resultado foi apenas prejuízo financeiro. Até o sobrinho dela, então criança, entregou R$ 100 ao pastor “em nome da fé”.
Após quase um mês em Campo Grande e 12 cultos, sem melhora, a fiel percebeu que havia sido enganada. Nesse período, o pastor desapareceu e deixou de responder mensagens e ligações.
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Durante o processo, a defesa pediu absolvição. Alegou que o pastor apenas ofereceu orações, que o dinheiro foi colaboração voluntária e que o direito penal não deve interferir na religiosidade.
A Justiça entendeu que o pastor usou sua posição religiosa para enganar a vítima e obter vantagem indevida.
“O réu agiu com dolo, ou seja, com plena consciência de que suas promessas de cura eram falsas (...). Este Juízo não está cerceando a liberdade religiosa, mas não pode permitir que alguém use a fé alheia para obter benefício indevido”, afirmou o juiz Marcelo Luiz Casavara, da 1ª Vara Criminal de Dourados.
Condenação
David Mainarte foi condenado a um ano de prisão e ao pagamento de multa. A pena será cumprida em regime aberto, com prestação de serviços à comunidade. A decisão cabe recurso. Em nota, o advogado Felipe Elias de Oliveira disse que tentará provar a inocência do cliente.
“A Defesa encontra-se plenamente comprometida com a reforma da sentença, a qual se baseou exclusivamente nas declarações da suposta vítima, sem corroboração por nenhum outro elemento de prova, desconsiderando por completo os depoimentos das quatro testemunhas arroladas pela Defesa. Ressalte-se que o trabalho desempenhado pelo pastor está amparado pelo direito fundamental à liberdade de crença e de culto, previsto no art. 5º, VI, da Constituição Federal. A Defesa seguirá atuando para demonstrar a inocência do acusado nas instâncias superiores, restabelecendo a justiça e a correta valoração da prova.”
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