Veja o que se sabe sobre a greve dos ônibus que já dura quatro dias em Campo Grande
18/12/2025
(Foto: Reprodução) Plantão: Intervenção no transporte
A greve dos ônibus em Campo Grande chegou ao quarto dia nesta quinta-feira (18) e continua afetando o transporte coletivo da capital. A interrupção afeta diretamente mais de 100 mil usuários e envolve aproximadamente mil motoristas do Consórcio Guaicurus.
O movimento começou após atrasos no pagamento de salários, vale-benefícios e 13º salário. Em audiência de conciliação, a Justiça do Trabalho determinou o retorno imediato dos ônibus, mas a categoria rejeitou a decisão e condicionou a volta ao pagamento integral dos valores cobrados.
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O impasse aumentou com a troca de acusações entre a prefeitura e o Consórcio Guaicurus sobre supostas dívidas. Enquanto a empresa afirma que o município deve R$ 39 milhões, a prefeitura nega qualquer pendência. A paralisação já provocou impacto no comércio e levou a Justiça a determinar intervenção no contrato do transporte coletivo.
Veja o que se sabe e o que falta esclarecer sobre a greve:
Qual o motivo da paralisação dos ônibus em Campo Grande?
Qual o valor da dívida que o Consórcio Guaicurus alega ter com o município?
O que a Prefeitura de Campo Grande diz sobre os débitos com o Consórcio?
O Consórcio Guaicurus tinha recursos para pagar os motoristas?
Por que a empresa não usou os repasses recebidos para pagar os salários atrasados?
Qual o impacto econômico da paralisação para o comércio de Campo Grande?
O que significa a intervenção no Consórcio Guaicurus determinada pela Justiça?
O que o Ministério Público está investigando?
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Qual o motivo da paralisação dos ônibus em Campo Grande?
A greve foi motivada pelo atraso no pagamento de salários, benefícios e 13º salário dos motoristas. Mesmo após decisão da Justiça do Trabalho orientando o retorno do serviço, a categoria decidiu manter a paralisação até que o Consórcio Guaicurus faça os pagamentos.
Qual o valor da dívida que o Consórcio Guaicurus alega ter com o município?
O Consórcio afirma que a prefeitura deve R$ 39 milhões. Segundo o diretor-presidente, Themis de Oliveira, o valor se refere à diferença entre a tarifa pública, de R$ 4,95, e a tarifa técnica, de R$ 6,57, prevista em termo aditivo firmado em 2022.
O que a Prefeitura de Campo Grande diz sobre os débitos com o Consórcio?
A prefeitura e a Agência Municipal de Regulação (Agereg) contestam a existência da dívida. O município afirma que todos os repasses estão em dia e que, apenas em 2025, foram pagos mais de R$ 35 milhões em subsídios e vale-transporte para manter o equilíbrio do contrato.
O Consórcio Guaicurus tinha recursos para pagar os motoristas?
Durante audiência na Justiça do Trabalho, foi informado que o valor devido aos trabalhadores é de R$ 1,3 milhão. Representantes do Consórcio e da prefeitura disseram não ter recursos disponíveis para quitar o valor de forma imediata.
Por que a empresa não usou os repasses recebidos para pagar os salários atrasados?
O Consórcio admitiu que recebeu parte dos repasses, mas informou que os recursos foram usados para outras despesas do sistema. Segundo a empresa, “só salário não faz a frota ir para a rua”, sendo necessário pagar custos como combustível e manutenção dos ônibus.
Qual o impacto econômico da paralisação para o comércio de Campo Grande?
A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) estima um prejuízo de cerca de R$ 10 milhões para o comércio e o setor de serviços. O impacto ocorre porque trabalhadores e consumidores enfrentam dificuldades para se deslocar até as regiões comerciais.
O que significa a intervenção no Consórcio Guaicurus determinada pela Justiça?
A intervenção não tem ligação com a greve dos ônibus. Após uma ação pública, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul determinou que a prefeitura, junto com as agências reguladoras, nomeie um interventor e apresente um plano para normalizar o transporte coletivo em até 30 dias. Em caso de descumprimento, foi fixada multa diária de R$ 300 mil.
O que o Ministério Público está investigando?
O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) abriu um inquérito civil para apurar possíveis irregularidades apontadas pela CPI do Transporte Público da Câmara Municipal. A investigação foi instaurada cerca de três meses após a conclusão da CPI e tem como objetivo verificar eventuais falhas na contratação do Consórcio Guaicurus e possíveis danos ao patrimônio público e social.
Motoristas do transporte coletivo estão no quarto dia de greve em Campo Grande
Diego Queiroz/ TV Morena
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